Sessão 048 – Corpos (02/06/2020)

Dia 15 do terceiro mês do apodrecer. Drexter acorda com o cheiro de queimado e com as mesmas lembranças do resto do grupo. Na verdade ele não lembrava de nada sobre Breanna. Ele olha ao redor e percebe que está ao lado de Yoni, Durîn, Al-Ghurab e Raio, perto de um poço, de frente a uma casa abandonada, um templo abandonado de Miritir.
O paladino nota que Raio está diferente, caolha e com a narina pela metade. Yoni tem toda a recordação do que aconteceu até agora, o que torna estranho a ideia de Durîn agora ter um cavanhaque trançado que se estende até os pés. Durîn lembra do antigo e grande penteado em seu cabelo, lembra também de ter viajado até o local, mas acha estranho não lembrar de detalhes e muito menos das pessoas que estão ali.
O líder olha ao redor e nota que Drexter está ali, o que é meio estranho pra ele. Nota também que o cabelo de Drexter está raspado nas laterais e que ambas as orelhas estão cortadas, como se tivesse tentando deixá-las humanas.
Al-Ghurab lembra-se de quase tudo que havia acontecido até o momento, embora não lembre exatamente se Drexter estava com ele, nem se era sombra ou raio quem estava com eles, embora agora eles estejam aí. Ele nota que Yoni está diferente, ao invés de totalmente ela agora possui cabelos vermelhos esticados que são grandes ao redor da cabeça mas ainda careca no centro (cabelo de palhaço). O grupo nota que Al-Ghurab aparenta ser um pirata, com cabelos encaracolados e desgrenhados, uma bandana na cabeça, muitos penduricalhos, suas unhas eram pintadas de preto, e o seu corvo estranhamente era agora um pelicano.
Raio lembra das mesmas coisas que Drexter, mas ela se lembra que os ferimentos que carrega no nariz e a ausência de olho derivaram de uma batalha contra uma criatura de insanidade, embora não se lembre qual era.
O grupo estava em frente ao templo de Miritir na cidadezinha de Bucanas. Durîn pede que Drexter tente detectar algum mal vindo do templo, enquanto permanece atento aos arredores. Ao mesmo tempo, Yoni já tenta achar alguma entrada para a construção.
Durante uma discussão entre os membros do grupo, Drexter consegue se lembrar que foi ele mesmo quem mutilou suas orelhas, ainda criança, como um ato de rebeldia por não ter ganho um pônei que queria.
Drexter utiliza seu Sentido Divino e percebe um terreno profano leve na parte de trás do templo, mas atrás, em direção ao poço, ele sente uma presença aterradora, maior do que tudo que ele já sentiu em sua vida. Yoni consegue encontrar um beco estreito onde há uma pequena janela de difícil acesso e o anão nota que a rua começa a ficar movimentada, embora nada que chame sua atenção.
Durîn sente algum resmungado em um saco e quando nota vê que é princesa, em sua forma minúscula, comendo um maçã. Yoni então lembra-se que Durîn e Princesa passaram realmente pelo buraco, e que Durîn comprou sua montaria de um mercador no meio da estrada em Ibealia. O anão a tira do saco e Princesa imediatamente volta ao seu tamanho normal. Durîn tenta puxar uma cenoura para dar a ela mas ele só tinha maçãs.
Yoni e Raio saem para investigar a janela que a halfling achou. Durîn tenta achar algum lugar seguro para deixar Princesa mas é convencido pelo mago que isso pode levantar suspeitas. Ele decide então que será mais seguro entrar no templo, matar o que houver lá dentro e então deixar princesa dormindo, enquanto o grupo for descer pelo poço.
Yoni ao olhar para uma vidraçaria suja do templo nota que uma parte dela demonstra uso constante, pela ausência de poeira, dando indício de que nos últimos dias alguém usou-a com frequência. A trinca dessa janela que deveria ser por dentro foi deixada de uma forma que parece está fechada mas está aberta. Ela volta e avisa aos demais que a seguem. A halfling vai caminhando com um palhaço, enquanto o mago conjura Minor illusion para reforçar sua performance, quando o grupo escuta os gritos incansáveis de uma mulher, seguidos pelos gritos de um homem também. Al-Ghurab e Raio conseguem notar que a mulher está em pânico, enquanto o homem veio acudi-la e gritou: “Caralho! De novo! E agora? Quem foi?!”
Al-Ghurab tenta dar um vôo rasante com seu pelicano para ver o que está acontecendo e seu familiar consegue perceber que há uma mulher olhando para a frente de uma casa, onde há uma poça de sangue com um cartão branco fechado. Ele então avisa ao grupo que houve outro assassinato. Durîn acha uma ideia ruim ir pra lá analisar, pelo fato de estarem ilegais. O mago então pede para o pelicano dar um rasante, pegar o bilhete com a boca e sair voando. A criatura consegue pegar o bilhete e fugir, desviando de pedras arremessadas pelo homem que estava lá. Com o bilhete protegido em seu bico, ela se afasta da cidade para disfarçar e depois volta até onde o mago está, entregando-lhe o bilhete. O anão sugere que entrem primeiro para depois analisar o bilhete, pois a rua está começando a ficar muito movimentada.
Raio reluta bastante em abrir a janela, até que o mago irritado com a demora decide ele mesmo abrir. De lá de dentro surge um cheiro de guardado, velho e sujo, além de um cheiro de morte que já sentiram antes.
Durîn se espreme e depois de uns três a quatro peidos consegue passar pro lado de dentro. Ele recebe Princesa do grupo. Drexter levanta Yoni para ela entrar. O paladino consegue passar, apesar da armadura. Todos do grupo passam tranquilamente e fecham a janela. Percebem que a tranca foi amassada pelo lado de fora de forma que quando a janela se fecha, parece que a tranca está funcionando, mas não é o caso.
Parecem estar numa área interna, com uma pequena sala retangular que ocupa a área toda da parte de trás. Têm impressão que paredes foram derrubadas. Várias e várias estantes nas paredes do lado de baixo, mas sem porta imediata à vista. Sujeira, entulho, caixotes e baús de madeira quebrados.
Drexter utiliza seu Sentido Divino novamente e percebe que a presença que sentiu está rente à parede nordeste, mas um pouco mais pro meio, do outro lado, seguindo pro norte, 7 metros de distância.
Grupo segue e percebe o arco de uma porta que está destruído. A porta não existe mais. Virou alguma coisa, porque foi arrancada. O cheiro de morte fica mais perto. Grupo decide passar pelo arco, passando por pedaços de madeira, e se vê num pequeno corredor que vai para o sudoeste e uma porta caída para o lado dando espaço para uma sala.
O grupo entra e vê, preso à parede com nove pinos está uma mulher, que deve estar morta há alguns dias. Tem os cabelos negros, talvez 35 anos, é humana. Há pedaços cortados no abdômen e um dos seios está faltando. Ela está presa com pinos nos pulsos, a cabeça está caída para o lado, presa também com um pino na carne do pescoço onde a garganta foi aberta possivelmente depois de morta. Não há sangue. Não há língua. As pernas também estão presas e ela pingou constantemente. Há uma poça seca de sangue.
Al-Ghurab usa varinha para conjurar Detect Magic na mulher e detecta emanação vinda de ilusão de alguma coisa dentro do estômago dela. Tem um grande corte lateral costurado do lado esquerdo dela. Ele fala ao grupo e Durîn pede que Raio abra a costura para verem o que tem dentro.
Raio percebe que isso foi feito por mãos extremamente precisas. Quem fez abriu, fechou e cada ponto de sutura foi feito delicadamente enquanto ela estava viva. Há sinais de cicatrização. A tabaxi pega adaga e tira delicadamente os pontos. A linha usada parece ser usada em trabalhos de medicina. Quando corta, percebe que um pouco de sangue sai ainda, mas ela abre e não está exatamente no estômago. Junto aos orgãos está um pequeno cartão branco, melado de sangue e lacrado com cera.
Al-Ghurab compara os três recados. O de Nora, o do pelicano e este. Os desenhos são similares e emanam o mesmo tipo de ilusão. Mas no último, o menor, há somente a silhueta do sangue.
Al-Ghurab foca nos recados. Ele percebe que o desenho da mão que parecia se transformar no texto que lia, o desenho é a ilusão. E quando ele foca no desenho, o risco dela deixa de existir e o cartão está em branco. Mas depois ele volta ao normal. Não foi usado tinta, mas magia.
O mago avalia que o símbolo de Lavenus é a mensagem falsa que o criador do recado deixou com Illusory Script. E a verdadeira, só com True Seeing mesmo.
Raio lembra de dois pergaminhos de True Seeeing que Nora havia deixado com o grupo. Ela dá um pra Al-Ghurab, que utiliza para ler os recados. Ele tem sucesso na leitura e vê o texto nos três pergaminhos.
1º (Nora que deu como pista) “A língua estava uma delícia, o corpo precisou ser descartado. Sacrifício!.”
2º (No estômago da mulher pregada na parede) “Ah… Doente. Não deveria ter comido a língua. Tentei comer um pedaço dos seios. Também tinha um gosto estranho. Deve ser a cidade. Deve ser a água.”
3º (Pelicano roubou) “Rins. Não muito bons. Mas ainda tem mais”
Drexter confirma a profanidade vindo do papel, com mais um Sentido Divino. Al-Ghurab sabe que quando o paladino sente profanação deste tipo, está sentindo de um item ou local, e que ela pode ser causada por magia ou por um ato extremamente maligno.
Grupo se divide para fazer uma busca rápida no templo.
O que quer que esteve lá, passou dois dias no máximo. Se alimentou, usou uma fogueira, usou uma panela porque tem uma mancha de metal muito quente no assoalho do templo, perto do corpo. No resto do templo há barris de vinho vazios, garrafas vazias. Engradados, cereais, materiais diversos como enxadas e picaretas.
Grupo sai da casa lentamente pela janela. Passam pelo beco, entram na rua principal e percebem alguns guardas, mas facilmente evitáveis, porque estão muito preocupados com a poça de sangue encontra a NE dali. Seguem até o poço. No momento não tem nenhuma criança brincando. Pessoas escondidas com medo.
Al-Ghurab vê um movimento estranho e percebe duas pessoas olhando na direção dele, flutuando entre a parede e a área aberta do poço. Ele foca e vê que são do plano etéreo. Elas entram na parede. O mago joga uma pedra e tenta calcular a distância pelo tempo que levou até escutar o barulho do objeto caindo na água, chegando à conclusão que o poço tem no máximo 25m de profundidade… talvez uma queda de 18m? O grupo então para aproveitar a magia que ainda está ativa no mago, amarra ele numa corda e começa a descê-lo. Ele desce sem problemas e sem notar nada de estranho até atingir a superfície da água. Do lado de fora do poço o grupo nota que algumas pessoas estão olhando eles no poço mas não viram o mago descendo e terminam perdendo o interesse. Lá embaixo Al-Ghurab sente o um cheiro estranho… podre talvez? Mas ele não consegue identificar o local exato. O mago então avisa ao grupo que não conseguiu ver nada e vai mergulhar, deixando Durîn avisado que se ele puxar a corda de volta, deve ser puxado para a superfície. Al-Ghurab mergulha desengonçado e não consegue encontrar nada mas termina engolindo um pouco d’água que tem um gosto horrível. O mago já puto conjura Alter Self em si, assumindo uma forma aquática, e mergulha novamente procurando cada vez mais abaixo.. Ele busca por uns 5 minutos até que ao chegar ao fundo, tateando, toca em algo macio… o corpo de uma mulher. Ou melhor, parte do corpo de uma mulher.
Al-Ghurab acha dois pedaços de corpos de mulheres:
- Um dorso pela metade, com apenas um braço e a cabeça, completamente inchados.
- O outro tinha a cabeça aberta na vertical, e seu dorso foi cortado ao meio do centro do esterno para baixo, chegando à virilha.
Enquanto manipulava os corpos ele viu duas mulheres gritando algo. No plano etéreo. Como se fossem fantasmas. Elas apontam para os corpos e para cima, como se pedisse que ele tirasse os corpos dali.
Ele pega um dos pedaços, sobe para superfície, coloca no saco mágico. Depois desce, pega o outro pedaço do corpo maior, e pede pra Durîn puxar. O mago sobe com a ajuda do anão e conjura Major Image pra disfarçar o pedaço do corpo como um pedaço de pernil grande e suculento.
O grupo decide voltar para o templo para analisar os corpos, guiados por Raio. E lá dentro Raio vai analisar, mas Al-Ghurab transforma o pernil em vários croquetes. E oferece à tabaxi. Ela manda o mago tomar banho Al-Ghurab ainda transforma os croquetes em uma cabeça de Raio gigante antes de tirar a ilusão
Raio analisa e vê que tudo foi perfeitamente cortado. Nenhum vestígio de bilhetes. Um dos corpos tem cinco a seis dias a mais que o outro… Um corpo estava na água a cerca de 1 semana e meia, e o outro 2 semanas e 1 dia. Além disso, ela analisa que o corpo na parede tem no máximo uma semana (10 dias), embora não tenha certeza do tempo precisamente. Drexter usa novamente seu Sentido Divino e sente profanação nos corpos… mas ele sente um pouco em Al-Ghurab também.. Não necessariamente nele, mas talvez na água e em seu estômago. O mago então pede que o Paladino use seu Lay on Hands nele, curando e forçando que o mago vomite imediatamente, a água negra e fétida que havia engolido no poço.
END
Por Elias Roma Neto (Al-Ghurab), Hugo Silva (Durîn) e Pedro Moreira (Yoni).