Sessão 105 – O Pergaminho de Afir’tuoa (08/06/2021)

Antes de tentar sair do templo, os aventureiros descansavam encostados na porta da saida do Templo de Nerlucara…
Enquanto descansavam, Al-Ghurab avaliou e identificou os itens que havia encontrado:
3 Sacos cheios de Moedas de Nerlucara. Dois com aproximadamente 17.170 peças de ouro, e outro com 46.460 peças de ouro aproximadamente, se conseguir vende-las, o que o mago tentou imediatamente fazer, mandando Sending para Vera em Breanna para que ela tentasse obter um comprador para elas.
10 dados de diamante. identificados como 5 Pares de Dados de Fortuni.
Caixa com 6 pergaminhos de magia: Magias de Nível 6 Contigency e Disintegrate; De Nível 7 Delayed; De Nível 8 Replicante de Alastor; E de Nível 9 Foresight.
E por fim os 2 frascos de uma poção avermelhada e escura, eram poções lendárias de Cura Completa, e estavam em perfeito estado;
As 11 poções de cor roxa, eram de Maximum Power, mas pareciam ter sofrido Degradação Magica, por exposição a áreas de magia morta por muito tempo;
E as 9 poções de cor Carmesim que pulsavam com uma iluminação de penumbra, são poções de Vitalidade, e estas também pareciam ter sofrido degradação.
Terminado de identificar, o mago e o guerreiro, contaram ao grupo sobre a experiencia que acabaram de ter, e decidiram ler o pergaminho. O mago conjurou Comprehend Languages e começou a leitura:
Pergaminho de Afir’tuoa.
Dia 295 do Ano 198 do Caos Mágico, Cidadela de Laoug’ir.
Na noite de Lua Cheia de hoje, o céu queimou escondendo em chamas a Lûnie. Do clarão vermelho das chamas, um colossal Lagarto voador surgiu dele, com suas escamas brilhando em todas as cores do arco-íris, e pareciam quentes como metal recém forjado. E ele rugiu, imponentemente, como se os céus fossem dele, e enquanto caía na terra, o Lagarto virou-se para o alto, abrindo suas gigantescas asas, como se esperasse algo.
Medo começava a se espalhar pela Cidadela, e alguns rezavam para os céus, quando o clarão cessou, e Lûnie reapareceu brilhante no céu, como uma fagulha de esperança.
Mas a esperança cessou, quando a Lua se partiu numa explosão de chamas e poeira, que formaram gigantescas massas de nuvens de fogo e pó. Pânico se espalhava, mas eu mantive meu foco, e vi. Da poeira em chamas, que se espalhavam da lua, saíram quatro voluptuosas massas de fogo.
Uma delas, era ovalada, e tinha uma carapaça única, que parecia brilhar como prata, mas queimava como as chamas de Isanar. Esta passou longe de tudo, caindo ao noroeste da Montanha do Céu, sem chamar atenção do Lagarto, que permanecia olhando para cima.
Gigantescas rochas envoltas em chamas estavam claramente caindo dos escombros da lua. Os toques de evacuação ecoavam por Laoug’ir, e os sacerdotes gritavam nas ruas pedindo clemência aos Titãs, pois estávamos claramente no meio de uma batalha entre os deuses e primordiais.
Outra Massa de fogo saiu das poeiras da Lua, mais rápida que seus escombros. Ela pareceu se esticar como carne na direção do Lagarto voador, que rugiu, ao ser atingido. Os dois caíram sobre a Montanha do Céu, que explodiu em Fogo líquido, e a terra tremeu como uma Calamidade divina na terra ao redor, engolindo os montes e florestas que rodeavam a montanha.
Mais uma Massa de Fogo saiu das nuvens de poeira, criando uma gigantesca sombra no mundo, e enquanto o Lagarto e a Calamidade, batalhavam na Montanha do Céu, a massa gritou numa estranha língua, chamando a atenção dos dois, e de tudo. Ao meu redor, pessoas repetiam, em transe, a estranha mensagem, como se ela trouxesse sentido ao que víamos. Mas antes que pudéssemos entendê-la, o Mensageiro diminuiu e desceu no horizonte Leste, levando com ele a memória das palavras ditas.
A poeira dos céus não cessava, mas as preces dos sacerdotes pareciam ter chegado em Lûnie, pois as Gigantescas Rochas da Lua pareciam estar esfriando e parando sobre as nuvens.
A última massa de Fogo, enrolou-se nos céus, como uma Gigantesca Serpente. E virando-se para a Montanha do Céu abaixo, o colosso baforou uma onda de luz e Chama azul que desceu como um raio, esfriando o ar, e congelando, inclusive as fontes da cidadela. A Baforada ricocheteava do Lagarto, espalhando para todos os horizontes, como uma Destruição Gelada. Vi pequenos animais morrendo congelados, e as plantas secarem ao meu redor. Senti meus dedos formigarem, e minha pele estava congelando.
Foi então, que o lagarto se levantou da montanha e rugindo, protegeu-se com uma barreira de trovão e luz. Foi quando tudo pareceu ficar mais devagar, e meu amigo Suiri’tiol, parecia gritar algo para mim, mas eu não pude tirar meus olhos da batalha, eu estava em um transe. E vi, as escamas do Lagarto brilharem mais forte, e explodirem de seu corpo em chamas arcanas. As flechas de luz atingiram a serpente no ar, e seu rugido ecoou pelos céus, antes que ela voasse para as montanhas do Norte.
O calor voltava a minha pele, e enquanto batalhava com a Calamidade que veio dos céus, o Lagarto parecia levantar a terra, e usar os Elementos para refazer as florestas e montes destruídas. Não sei quanto tempo tudo aquilo durou, se haviam passado minutos, horas, ou mesmo dias, pois olhar para o Lagarto e suas Escamas brilhantes, pareciam tomar todo o Tempo. Mas lembro-me bem, de como tudo acabou. Antes que a poeira da lua sumisse dos céus, o Lagarto voou com a Calamidade presa em suas garras e dentes, e com um terrível trovão os céus se abriram, e um turbilhão de luz e fogo formou um túnel Branco, acima deles. O Lagarto voou para dentro, levando com ele a Calamidade, e o estranho Portal se fechou.
Por alguns segundos o tempo voltou ao normal, e num relâmpago, o lagarto surgiu sozinho no ar, e caiu novamente na Montanha do Céu, deixando um rastro de seu poderoso sangue no ar. Ferido o Lagarto terminou de apaziguar o caos arcano, e as chamas que se espalhavam no mundo, mesmo antes de sua batalha. Cada vez que os ventos, as chamas, e os tremores diminuíam, uma de suas escamas perdia o brilho, mas ele continuou até que a poeira dos céus havia sumido, e o caos que reinava no mundo antes de sua chegada, parecia ter se acalmado, mas suas escamas haviam se apagado por completo. Foi quando meu transe acabou, e eu o vi voar para o nordeste, de onde o Lagarto Ancião, nunca mais foi visto.
Dia 395 do Ano 199 do Caos Mágico, Acampamento na Montanha do Céu.
Muitos de nós que observamos os acontecimentos daquela noite, incluindo alguns sacerdotes, passamos a falar e pensar numa língua estranha desde então, e alguns diferem da minha. A cada dia, nossa antiga língua desaparece de nossas mentes, deixando apenas a língua d’Eles. Escrevo este relato em minha língua natal, para que meus sobrinhos entendam, e o passem às próximas gerações. Os Sacerdotes chamam o Lagarto que vimos, de Seêla-Zdãeron, ou “aquele que veio dos céus”. Em memória à suas escamas apagadas, alguns o chamam de Larkm Skarlíat, o Lagarto de Carne, outros de Gorkietr-Sulír, o Sem-escamas. Mas todos entenderam a divindade de Skarlíat, o Lagarto. Desde então, seres semelhantes a ele, se espalham pelo mundo, divididos em Metálicos e Cromáticos. Os dois grupos se odeiam, e são liderados por dois outros Lagartos, que meu amigo disse terem chegado juntos naquela noite, mas estes dois não chegavam aos pés da grandiosidade do Skarlíat Kraét’kon, o Lagarto Ancião.
Afir’tuoa
Depois de entender um pouco mais sobre as divindades, os aventureiros se levantaram, abriram a porta do templo, e seguiram para o túnel de saída. Por precaução, Yoni tomaria a forma de Kruthik Adulto, para abrir tuneis quando se fizer necessário, e não obstante, se fez.
Assim que o grupo começou a se dirigir a saída, estrondos começaram a ecoar do túnel a frente, e logo uma enorme massa pode ser vista pelos membros mais perceptivos da Sociedade da Porta Branca. Rapidamente Yoni cavou um túnel, e eles deixando pra trás o esqueleto que formava a Enfermeira, começaram a seguir o túnel por baixo, enquanto a criatura enorme passava por cima deles.
O grupo chegou então aos portões de saída, e o inimigo mais terrível se prostrou diante deles. Uma tranca magica. Os aventureiros tentaram passar de todas as formas físicas, e quando estavam cansados, eles finalmente conseguiram passar por meio de rápidos teleportes curtos, como Dimension Door do mago e Shadow Step do monge.
Ao passarem da porta, eles finalmente chegaram ao ar livre, saindo da Montanha Chifre de Gelo, e de lá de cima, o grupo decidiu tentar escapar da montanha o mais rápido possível, e com um arriscado Teleporte focado na luz de um farol, que segundo o monge, devia ser da Vila de Pesca de Artor, o mago transportou o grupo inteiro.
O grupo se viu a frente de um enorme portão feito de couro e madeira. A frente deles um senhor que o estava fechando, sem questionar muito os alertou do frio da noite no norte congelante, e sobre os perigos de ser vitimas da Dama Decadente e os convidou a entrar.
A Vila era circundada por Muros Altos feitos de pedras madeira, isolados por palha e couro, aparentemente de urso. e um cheiro forte de óleo ou banha parecia inundar o local. O velho disse que eram de Baleias da Neve, e os levou até uma taverna chamada:
Taverna Óleo Queimado, com dois andares, um na superfície para galhofas, bebidas e musica, e no andar de baixo para hospedagens, e uma área de refeitório para seus hospedes. Confortáveis o suficiente, e sem muitas escolhas, o grupo aluga quartos e eles se retiram, para descansarem em uma cama de verdade, antes de continuar no encalço de Vivian Vernon…
END