Sessão 021 – “AMANDA… Não estava lá !!” (17/12/2019)

Não havia sinal do monge. E toda Ul’ator estava em chamas…
Trilha para Gascoigne.
Decidido a seguir o agente da P.M.I., Sombra colocou seu capuz e tentou esconder-se nos matos, mas sua altura não permitiu uma boa cobertura. Frustrado, mas ainda determinado a não deixa-lo escapar, o monge manteve sua perseguição até que o homem sumiu de seu campo de visão. Mesmo assim, imaginando que ele teria que descansar, o tabaxi forçou mais uma hora de viagem, e mesmo aumentando sua exaustão, ele continuou a correr pela trilha até que seu corpo não mais permitisse. Imensamente cansado, Sombra procurou uma arvore próxima e se amarrou nela para dormir.
Algumas horas antes em Ul’Ator:
Os aventureiros estavam diante da cidade em chamas. Durîn gritava de desespero, e pedindo ajuda para pegar os cavalos. Al-Ghurab conjurou Minor Illusion, e usando a imagem de uma cenoura conseguiu parar um deles. Mas a confusão não parou ai, pois como o anão não conseguiu parar o cavalo, Drexter usou de sua força, batendo na cabeça dele, o que irritou a Ranger e gerou uma estranha batalha de cegos, com direito a tiros, espadadas no chão, e cavalos caindo sobre cavalos, patas quebras, além de uma discussão estranhamente absurda. No fim o paladino usou sua presença intimidadora, e acabou assustando alguns dos cavalos, que fugiram.
Após alguns minutos, de esforços do Guerreiro que correu atrás de parte dos cavalos e os recuperou. Assim, com a ajuda de Yoni, que conjurou Healing Word no cavalo enquanto a Ranger, agora mais calma, curando a pata quebrada, e obtendo 4 cavalos sem celas para os aventureiros.
Aproximadamente 10 minutos haviam se passado, Vera então retornou ao grupo dizendo que o fogo está se alastrando por todas as fazendas também, e que Ul’ator inteira esta queimando. Durîn perguntou se ela teria como arranjar celas, mas segundo ela, tudo estaria queimando. Ao lado do terreno abandonado, sem o Monge, e com o fogo cada vez mais próximo, fez com que os aventureiros discutissem por algum tempo sobre ir embora, ou evitar que o fogo se aproxime, ou até mesmo analisar o terreno enquanto pudessem. Desta forma, em colaboração entre a druida, o ranger e o mago, os aventureiros perceberam que seria necessário fazer algo para que o fogo não chegasse até o local, mas que teriam algumas horas para analisar o terreno.
Decidido a investigar o máximo que pudesse, Al-Ghurab entrou no terreno baldio e tentou contato com Nyarlathotep, pedindo ajuda para analisar o local, mas depois de receber a negação, sofreu também uma leve punição mental. Os aventureiros viram a cena do elfo pedindo algo em voz baixa, e do nada Nora perguntou ao mago por que ele anda com esse tipo de gente, e depois começou a lamber o chão do terreno a procura de algo. O elfo, fitou Nora, pensando que ela estava falando sobre Nyarlathotep, e deixando para lá, e ainda bem frustrado, mas não sem recursos, o mago conjurou Detect Magic. Al-Ghurab viu então o grande bloco de energia negra, Necromancia. Nora que estava no centro do terreno, perguntou ao mago: “Você também está vendo o Abismo?“, e ao se aproximar do centro do local, ele viu também, o que ela chamava de Abismo, mas para ele era um Arco de energia no meio desta enorme massa de energia negra. O arco parecia também emanar conjuração, e a energia dentro dele parecia fechada, alternando entre as emanações.
Al-Ghurab tinha certeza, era um portal. Ele se virou para Nora, e perguntou se ela tinha alguma ideia de como abrir, mas ela disse apenas para usar a chave. Pensando sobre a adaga curvada, que o anão usou para fechar o portal no ritual e que dizia “Fecha-se ou Abra-se o Portal”, o mago tentou verificar sua raridade, mas acabou falhando. Frustrado, mas sem querer perder muito tempo, ele tentou colocar a adaga dentro do arco, mas nada aconteceu, e assim ele se virou para os companheiros, e depois de uma breve discussão, a Ranger pegou as chaves misteriosas para tentar no arco.
Enquanto isso, Durîn puxa uma das picaretas que haviam encontrado e começa a bater na misteriosa pedra negra, tentando chegar ao seu interior.
Depois que as chaves falharam, o mago perguntou inutilmente onde ele deveria colocar a chave, e depois de uma resposta “obvia”, eles se olharam e frustração voltou a tomar conta do grupo. Neste momento Nora pegou as chaves com imensa rapidez da Ranger e pediu seu bau de volta, e depois de recebe-la, a estranha companheira tentou abrir o bau com elas, e ao falhar também, ela guardou tudo e voltou a cheirar e lamber o chão, até ser interrompida por Yoni, que a questiona sobre para onde o portal levaria. E assim depois de uma breve ponderação, Nora disse ter 70% de certeza de que o portal leva para o Abismo.
As chamas estavam se espalhando mais rápido, e já estava no parreiral sul. E para continuar ali, os aventureiros precisavam dar um jeito de parar o avanço do fogo, mas no fim depois de muita ponderação do mago, e sabendo que ele não conseguiria nem ao menos identificar a adaga curvada antes que o fogo se aproximasse o suficiente deles, os aventureiros decidiram deixar Ul’ator.
O grupo correu pelas ruas em chamas, a procura dos rastros de Sombra, e depois de perceber que não teria como encontra-lo, e com a chance de que ele havia seguido a trilha para Gascoigne, eles decidem seguir em frente. Escutando isso, Vera os informa sobre uma casa de apoio da milicia de Ul’ator, que fica a umas 3 ou 4 milhas na direção do condado, e que apesar de não ser muito grande, seria confortável o suficiente para descansar antes de decidirem qualquer coisa, e que lá dentro, eles estariam a salvo, pois as chamas não atravessariam as colinas e valas naturais.
Satisfeitos com a proposta, eles seguem com Vera pela trilha. E assim, após 2 horas de viagem pela trilha, eles avistaram o monge dormindo na lateral da trilha, amarrado a uma arvore. Quase aliviados, os aventureiros soltaram o monge, e o carregaram por 30 minutos ou 1 hora até chegarem na casa de apoio.
A casa era realmente pequena, mas o comodo único, era o suficiente para abrigar a todos, com um conforto forçado, mas ao entrarem, Vera percebeu que o local havia sido saqueado a pouco tempo. Alguém havia levado as rações de emergência, rasgado os sacos de dormir, destruído os dardos e flechas, além de entortado as espadas curtas que ficaram para trás. Nervosa, com a depreciação dos pertences da milicia, a investigadora, ofereceu-se para ficar de guarda enquanto os outros dormissem. Vendo que ela estava sem armas, Drexter desamassa uma espada curta e entrega para ela, mas pensando não ser o suficiente, tirou sua Flail e a presenteou com ela. Agradecida ela saiu da casa para manter a ronda de olho em tudo.
Yoni tira os pergaminhos que havia encontrado na Igreja e entregou ao mago, antes de arrumar camas improvisadas com ajuda de Vera e voltar a descansar destes estranhos acontecimentos.
O grupo descansava, enquanto o mago conjurava Identify, nos pergaminhos, descobrindo que a completa era de Leomund’s Tiny Hut, e que a outra era uma tentativa de copiar a mesma magia, faltando pouquíssimo para termina-la. Satisfeito ele guardou os pergaminhos, e enquanto pensava no que fazer, ele escutou a estranha prece em voz alta da Ranger: “Deerraama Senhorr! Derrama Lavenus seu Amor!!!“, calando a boca apenas com os gritos raivosos de Durîn. O mago iniciou outras conjurações de Identify, na adaga curvada, que descobriu ser uma Chave do Vazio, e usou na estranha que parecia ser um pergaminho, identificando-a como Língua do Abismo., e logo depois, começou a copiar magias para o seu grimório.
8 Horas depois, os aventureiros calmamente se levantaram, não havia sinal do agente, nem de outros inimigos, e ao leste as chamas pareciam ainda arder em Ul’ator. Durîn teve então a ideia de construir celas improvisadas com os sacos de dormir rasgados, mas percebendo que ele iria destruir tudo, a ranger se intrometeu consertando a cagada e ajustando celas para os cavalos.
Com tudo preparado, e os ânimos para novas investigações já renovados, os aventureiros aguardaram as chamas pararem, e o vento levar as escuras fumaças para longe. Para então saírem no Fini-tabernaco, Dia 20 do 3º Mês de Inverno, e retornarem a Ul’ator, próximo do meio do dia.
Tudo era cinzas e brasas ainda resistentes ao tempo. A cidade estava destruída, mas enquanto eles foram se aproximando, em meio a fumaça já puderam perceber a estranha situação. O terreno abandonado ainda estava em chamas. Queimavam lá chamas vivas principalmente no centro do terreno. Além disso, um prédio do outro lado da rua, parecia ter resistido ao fogo. Era único, mas o que realmente o destacou, foi seu perfeito estado. Não haviam manchas de fumaça, e nem sinais de que o calor havia afetado as janelas e as paredes do local. E ele era o prédio onde o ajudante da P.M.I. supostamente morava.
A estranha situação, fez com que os aventureiros ficassem em alerta. Al-Ghurab e Yoni conjuraram Detect Magic, e ao investigarem cautelosamente os dois locais, perceberam que o terreno ainda emanava necromancia, mas as chamas em cima dele pareciam quase bloquear a aura e emanavam Conjuração. Já o prédio, era quase toda uma Ilusão, exceto a porta. O arco da porta que estava entre-aberta, emanava conjuração como as chamas. Como o portal que Nora disse levar ao Abismo.
Confusão tomou conta das mentes dos aventureiros. E logo eles estavam divididos entre o que investigar, e até mesmo se deveriam chegar perto dos locais. Mas nenhum deles estava preparado para o que aconteceria em seguida. Drexter prontamente abriu a porta que dava para o prédio, e sem perceber a diferença entre o real ou da ilusão, entrou e sumiu. O grupo então se levantou e antes que qualquer um falasse algo, Sombra seguiu atrás, deixando a porta bater atrás dele.
Drexter surgiu no meio da entrada do prédio, estava tudo escuro, e não havia sinal de seus companheiros até que Sombra surgiu, aparentemente do nada. Eles olharam para fora, e estranhamente estava de noite, mas o mais estranho não era isso. O local tinha iluminação e pessoas andando pela rua, como se nada tivesse acontecido. Os dois saíram do local, abordaram uma pessoa, e depois de bastante incomoda-la, descobriram estar no dia 15 do 3º mês do inverno. Voltamos 5 dias?. Porém, o que chamou o intrigou mais, foi quando olharam para o local do terreno baldio. No lugar de um terreno vazio, estava uma casa de 2 andares, e varanda. Fora a cor da porta, ela era exatamente igual ao sonho. Mas talvez pelo choque, a situação não se registrou de primeira, e os dois saíram correndo na direção da milicia.
Na frente do prédio da milicia, eles encontraram Arrk, que estava bem mais magro, e Eduardo, o filho sacrificado do taverneiro. Não entendendo o que estava acontecendo os dois tentaram obter informações dos dois, mas além de desdém, não conseguiram nada. No fim, os dois subiram a procura de Vera, que segundo Arrk, não era Investigadora. Era Escrivã, Arrk a havia rebaixado. Lá em cima eles encontraram uma Vera também mais magra, e aparentemente mais nova, e depois de questionar rapidamente sobre a vila, descobriram que o Padre Alastor, não havia chegado ainda na cidade, e que a Igreja de Lûnie, ainda era a abandonada Igreja de Lavenus. Sem muito mais o que perguntar, e percebendo as grandes discrepâncias, eles perguntaram a Vera se ela conhece alguma “Amanda”, e discretamente o ano em que estavam. Vera os informou com estranheza no olhar que estavam no ano de 2783 do Registro do Império. 7 anos atrás? Mas a reforma da igreja já deveria estar acontecendo. E quanto a Amanda, ela disse que tinha uma garotinha que morava numa casa a duas casas da taverna. A casa do terreno Baldio!. Não muito satisfeitos, e ainda mais confusos, eles deixam varias dicas estranhas sobre o que passaram e deixam o local pensativos, em direção a taverna.
Fini-tabernaco, Dia 20 do 3º Mês de Inverno, 5 horas após o Amanhecer. Ano de 2790 (RI).
Os aventureiros viram o paladino e o monge sumirem na porta. Raio correu e tentou calçar a porta que misteriosamente se permitiu parar ali, entre-aberta para um corredor e escadaria vazia. Panico, raiva e curiosidade tomou conta de todos, e depois de alguns minutos eles decidiram entrar. Primeiro entrou o mago. Depois Raio e Durîn entraram puxando o cavalo, e por ultimo Vera e Yoni que acabaram cedendo e entraram no corredor.
Quinto-labor, Dia 15 do 3º Mês de Inverno, 3 horas após o Anoitecer. Ano de 2783 (RI).
Durîn vê a casa e a taverna, e claro, segue para a taverna. Os outros no entanto seguem para a misteriosa casa. Lá ainda com detect magic ativo, Yoni e Al-Ghurab percebem que a porta da casa também estranhamente emana conjuração. Eles se aproximam, a procura de sinais de que pessoas estejam morando lá, ou se a casa está abandonada.
Vendo todos parados na frente da casa, o anão vê dentro da taverna, e percebe logo a diferença entre esta e a outra. Nesta o taverneiro Carlos parece servir tranquilo e as pessoas comem e bebem felizes. Despreocupadas. Ele é recepcionado pelo taverneiro, e depois de perguntar em vão sobre o paradeiro do Paladino e do monge, ele se vira para o grupo segue frustrado para a casa. Tenso, Al-Ghurab se aproxima da porta, e bate curioso.
Vera comenta para todos que o terreno sempre esteve vazio. Ela disse ter 60 anos e disse que mora na cidade desde que nasceu, e ele nunca esteve ocupado. Ainda não havia sinal de resposta da porta. E sem saber onde estavam os outros o anão começa a gritar por eles: “DREXTER! DREXTER! SOMBRA!?“, e vendo eles logo no final da rua, fazem sinal para eles se juntarem ao grupo.
O mago continuou a bater, e depois de escutar os gritos, a porta se abriu. De dentro da casa surgiu uma garotinha. O mago e os outros olharam para ela, e a reconheceram. Estava mais velha, afinal eles tinham 9 anos quando ela morreu. Mas era ela, era Amanda. O elfo tenta olhar para dentro da casa, e perguntou se tinha alguém mais na casa, e a garotinha, que não parecia conhece-los, fechou um pouco mais a porta, e disse que ela mora com os pais dela. Nora gritou o nome dela e se aproximou exclamando o quanto ela estava jovem. A menina olhava com estranheza, até que o mago perguntou: “Amanda, você se lembra de uma porta branca?“. A menina fechou a cara, e tentou bater a porta mas o mago a impediu. Os aventureiros dizem que eles também viram a porta, e Sombra afirmou também que eles eram as crianças da casa. Amanda apenas refutou, e afirmou que fazia muito tempo.
Confusos, mas com a atenção dela, Yoni perguntou se ela chegou a entrar na casa. Amanda lhes contou que sim, mas afirmou, que nunca mais viu a porta. Os aventureiros prestam atenção na resposta dela tentando entender quaisquer vestígios de mentira. Yoni disse para que ela não entrasse, caso visse a porta, mas o mago discordando, fala que não deveriam mudar nada. No fim, a druida estava prestes a dispensar a menina quando ela perguntou quem eram eles.
O mago começou a apresenta-los, a sua forma claro, e Amanda parecia se lembrar dos nomes, e descrições. E assim em um tom ameaçador, o elfo se aproximou e disse: “Somos todos nos!“. Atrás deles, Durîn perguntava a Vera, se ela se lembrava da criança, e enquanto ela negava, Yoni era informada por Sombra do fato de que eles estavam no ano de 2783 RI. A druida imediatamente informou o mago, que começou então a explicar para a Investigadora, que ela pode encontrar pessoas do passado, e até mesmo ela, e que agora ela não tem nenhuma voz de poder na cidade. Vera estava nervosa, mas tentava manter sua compostura, até que Sombra disse: “Até por que ela aqui é uma Escrivã.“.
Neste momento, Vera os interrompeu para dizer que ela nunca foi Escrivã, e que chegou até a ameaçar Arrk, que no fim, cedeu como o covarde que era. Estava claro que eles não estavam na mesma realidade de onde vieram. Tudo estava diferente, e por isso o mago tenta empurrar a porta e entrar a força, mas a menina empurra a porta com uma força descomunal, ou pelo menos é o que o mago acreditava. Eles estavam num impasse, e percebendo que não avançariam em nada desta forma, a druida perguntou a garota: “Amanda você já viu um Tressym?“, e usando sua Transformação Selvagem, Yoni se transformou e entrou na casa. O mago tenta aproveitar para entrar, mas Amanda chutou sua canela e ele cambaleou para trás.
Dentro da casa, a druida viu um lar comum. No andar inferior, ela via a sala onde estava, a cozinha mais ao fundo, e uma escadaria que subia até uma sacada para os quartos no primeiro andar. Yoni olhou ao redor com os olhos felinos, e ao passar seu campo de visão no canto superior esquerdo da sala, percebeu uma pequena criatura. Um Beholder do tamanho de um punho de meio-orc. Aquilo era inesperado, e por isso ela ficou sem saber o que fazer na hora, mas conseguiu disfarçar sua surpresa e imediatamente saiu da casa, escutando a porta bater no pé de alguém atrás dela, e as bufadas de raiva do mago na varanda. Durîn estava segurando a porta aberta, enquanto Amanda apenas chorava. Mas ao ver Yoni se afastar puxando o mago para longe, ele deixou que a garota se levantasse, e fechasse a porta gritando: “Me deixem em paz!“.
Yoni revelou aos aventureiros o que viu, enquanto Nora não parava de fazer barulho. Raio então puxou-a para longe e pediu para ela tentar as chaves no pequeno bau novamente, imaginando que isso fosse o suficiente para que ela se distraísse. E assim foi, Nora puxou o bauzinho e uma das chaves misteriosas, e na segunda tentativa, a chave sumiu e o bau se abriu. Satisfeita ela guardou o bau sem revelar seu conteúdo.
A ranger começou a protestar, mas Nora apenas disse que mostraria depois. Aproveitando a calma o mago conjurou então Detect Thoughts, a procura do Beholder. A mente do mago procurou por criaturas na casa, identificando um casal no primeiro andar. O homem parecia pensar em se separar, enquanto a mulher pensava no que fazer para o almoço do outro dia. Na sala em baixo ele escutou os pensamentos de Amanda, que estava muito confusa, do por que eles estavam lá, além de questionar o tamanho e idade deles. E no canto ele percebeu a mente aberrante da criatura. Ele havia encontrado o pequeno Beholder. Concentrando-se nele o mago escutou: “Meh, trabalho chato…“, e assim tentou ir mais a fundo na mente dele, e com algum esforço ele conseguiu acesso a mente da criatura, e ao procurar pela missão dele, o mago soube. O Beholder estava ali para vigiar Amanda. E ao procurar por quem havia dado a missão, ele foi seguindo as linhas de raciocínio da criatura aberrante, até obter o máximo de informações sobre o mandante. A criatura foi ordenada pelo “Mestre dele”, mas ela não sabia muitas coisas sobre ele, tendo como fato apenas que aparentava uma criança da mesma idade de Amanda, mas que aparentemente poderia assumir a forma que quisesse. O mago tentou focar no nome dela, mas não conseguiu. Tentou focar em outras formas que o Beholder viu, mas viu apenas Amanda. Frustrado ele tentou entender o por que da vigília de Amanda, e assim descobriu que ele estava ali para impedir que ela descobrisse que o Mestre havia tomado o lugar dela. Ao chegar no objetivo, e enquanto Al-Ghurab contava ao grupo do que havia descoberto, ele escutou os pensamentos cobiçosos do Beholder, que aguardava ansioso por receber um bau cheio de ouro, e uma gema brilhante, lapidada, e de todas as cores. Era do tamanho de uma Melancia. Porém a melhor recompensa para ele, eram Galinhas.
Estranhando a situação, mas satisfeito com o que havia descoberto, ele interrompe a leitura. Os aventureiros começaram uma discussão sobre Amanda. “AMANDA… Não estava lá !!”, pensaram eles. Nora tinha razão. Mas segundo a menina, ela havia entrado na casa ao menos uma vez?. Estava tudo muito confuso, e os papeis de cada um deles estavam cada vez mais sem nexo, e assim eles começaram a falar sobre a igreja, e sobre o que haviam descoberto lá. Sem rumo, eles decidem entrar na taverna, comer, contratar um quarto e conversar lá.
Eles entraram na taverna, e subiram para uma discussão, depois de um belo ensopado. Durîn perguntou a Carlos sobre um local para comprar celas, e o gentil taverneiro os indicou uma fazenda ao noroeste dali, onde vivia um casal de idosos. Sem deixar passar a nostalgia pesarosa, ele agradeceu ao homem, e voltou a conversar com o grupo. O mago sugeriu tentarem usar a Adaga curvada, a Chave do Vazio, na porta da Amanda, mas o anão tinha uma ideia melhor, eles passariam a noite na taverna, e no dia seguinte seguiriam para a fazenda dos velhinhos para comprar celas, e de lá eles seguiriam para a igreja, para investiga-la. Ainda intrigados, e sem querer deixar a oportunidade passar, o mago perguntou a Vera se ela se lembrava de algo que tivesse acontecido a 7 anos atrás.
A investigadora pensou, e contou ao grupo que se lembrava de ter encontrado alguém no meio do parreiral, nesta época. Eles questionaram se era o coroinha, mas ela não tinha certeza. O Mago pegou o diário de Eduardo, e procurou as anotações dele de quando ele encontrou alguém no parreiral. E percebendo que o diário não indicava ano, mas falava sobre o 1º mês do Inverno, eles decidem então tentar pegar o diário do Eduardo deste plano. Nora se ofereceu para buscar, mas o grupo rejeitou, e assim com um mirabolante plano, o Mago e Sombra seguiram sozinhos para a Milicia, e por precaução Raio conjurou Hunter’s Mark sobre o monge.
Na frente do prédio o mago conjurou Invisibility em Sombra, e ele tentou subir silenciosamente. E não fosse o fato de ele estar invisível, estaria claro que ele estava ali, e Eduardo teria visto, quando ao escutar os passos no corredor abriu a porta do necrotério ao pé da escada do prédio e olhou diretamente na direção do tabaxi, que ficou parado, esperançoso. Depois que o filho do taverneiro voltou para o necrotério, Sombra subiu até o primeiro andar, e começou a vasculhar a mesa onde Al-Ghurab disse ter encontrado o diário na outra realidade.
A tensão e a espera foi momentânea, e mesmo fazendo todo aquele barulho, graças a conjuração de Minor Illusion, imitando a voz de Eduardo dizendo: “EU!”, Sombra desceu as escadas e voltou para junto do mago, e depois de se afastarem o tabaxi entregou o diário para checagem. O elfo, pegou o diário e começou a folhear. Algumas das anotações eram parecidas, outras eram iguais, mas não haviam anotações sobre encontrar alguém no Parreiral, e as linhas sobre o incentivo de Vera para que ele investigasse as coisas vinham na verdade de Arrk. Finalmente o mago estava convencido de que eles estavam numa realidade paralela, e disse: “É…foi útil“, e quando sombra voltou a ficar visível, Nora que não estava em local algum disse para eles: “É foi sim!“. Sombra se assustou e tentou acertar um murro nela, mas com a conjuração de Shield, o monge acertou a barreira de energia. Depois de se recomporem, eles finalmente retornaram para a taverna.
Os aventureiros leram os dois diários até terem certeza de que era realmente de Eduardo. E depois de confirmarem, tiveram também algumas descobertas, afinal este Eduardo, parecia melhor motivado, e aparentava uma personalidade bem diferente. Além disso, era fato que não havia nenhum sinal de que ele encontrara alguém no parreiral. Intrigados com a diferença o grupo ponderou se, nesta realidade, ele ainda encontraria a pessoa, e por não ter nenhuma outra pista, eles continuaram a discutir, tentando chegar ao próximo passo. As ideias eram diversas, e sem ter muito o que fazer, Nora conjura Prestidigitation para limpar o anão que estranhou, mas depois de agradecer Durîn disse que eles deveriam ir dormir, para comprar as celas no outro dia.
Vários minutos se passaram e ninguém, chegava a conclusão alguma, até que o mago sugeriu ir para as Minas, e ao ser recusado indicou investigar a Igreja. Durîn interrompeu Gritando baixo, e dizendo para todos irem dormir, que quando amanhecesse eles iriam comprar as celas e depois partiriam para a igreja. Mas o grupo estava acordado, e empolgado. E assim eles partiram da taverna na direção da Igreja.
O Guerreiro não gostou da ideia, e foi reclamando até que foi vencido pelas insistências dos outros.
Quinto-labor, Dia 15 do 3º Mês de Inverno, à Meia Noite. Ano de 2783 (RI).
O caminho até a igreja era o mesmo, mas os animais selvagens ainda surgiam aqui e ali. O que afetou a Ul’Ator deles, não parecia ter afetado aqui. Eles passaram pelo parreiral, e após pouco mais que 10 minutos, eles estavam na frente do prédio abandonado. As portas estavam quebradas e semi-abertas, os vitrais estavam quebrados, e o matagal ao redor estava alto. A igreja que eles viram como de Lunîe, estava em reforma, mas ainda era claro que ali na frente deles estava o prédio abandonado da igreja de Lavenus.
Yoni estava empolgada para queimar o local, mas primeiramente ela entrou sentando-se num dos bancos quebrados e começou a conjurar Detect Magic por ritual. Um a um os aventureiros foram entrando na igreja, e quando Sombra entrou, ele escutou passos na sacada acima dele. O sangue dele gelou. Ele se lembrou daquele ataque da Criatura de Insanidade, e correu pela nave da igreja, até a frente do altar perto da escadaria para a sacada.
Foi então que Sombra viu, em pé, na sacada acima dos aventureiros. Estava uma “Criança“, ou pelo menos tinha a altura de uma. A criança estava sem roupas, tinha a pele branca acinzentada, e não apresentava cabelo ou pelos no corpo. Mas o pior era o rosto. Ela não tinha nada. Não haviam olhos, não havia boca, ouvidos, nada.
Sombra ficou parado, e a criança levantou o dedo longo até a “boca” fazendo sinal de silencio, e disse na mente do monge: “O que você faz aqui?!“.
END