Sessão 013 – O Matadouro na Igreja e Procissão dos Mortos (08/10/2019)

Depois de libertar a alma de uma antiga investigadora, que morreu investigando um Assassino em Série, um Padre seguidor de Lavenus, os aventureiros descansavam na igreja para recuperar suas forças…
Enquanto mantinha sua vigília, Drexter que era o primeiro a acordar, pegou o Livro de Lûnie, e ao procurar sobre Lavenus, ele descobre que quando o Império Belderbane, ainda estavam conquistando toda a região ao sul do norte gelado do continente ocidental, as duas igrejas haviam se unido estrategicamente, pois os Guardiões do Crepúsculo, apoiavam os Guerreiros de Lavenus nas empreitadas militares que expandiram e mantiveram as fronteiras ao norte, perdendo seu avanço contra os Reinos do Norte.
Venorino , Dia 17 do 3º Mês de Inverno, 4 horas e 58 minutos após o Meio do Dia:
Os aventureiros acordaram no dormitório da igreja, e seguiram para um bom desjejum, e começaram uma discussão sobre o que fazer sobre a Igreja, sobre Nora, e obviamente sobre as minas, enquanto Durîn, amolou a lamina de seu Martelo-Machado, e emprestou aos outros para que usassem em suas armas. Ao descartarem a possibilidade do Padre Alastor ter alguma ligação com o assassino, eles decidiram que a queimada da igreja poderia ficar para depois, distribuíram entre si as supostas poções de cura, e voltaram a falar sobre sua missão nas minas, enquanto Sombra tentava uma sincronia com as botas magicas encontradas. Yoni frisou a necessidade de derrotarem o líder do culto, e falou novamente sobre seu encontro com o Faraó Negro, e a estranha vontade que ela estava ligando a um acordo feito com ele.
Enquanto as intermináveis discussões continuavam, Sobra, saiu a procura de óleo, e volta com duas lamparinas e um kit de cura, entregando uma para Yoni e guardando a outra. E quando o grupo finalmente havia decidido seguir em frente, o comentário sobre já terem vasculhado todos os cômodos e salas da igreja estalou na mente de Drexter e Sombra. O corredor de 30ft (6sq ou 9m) da Nave da igreja até os dormitórios, não era visto pelo lado de fora como uma área vazia, mas sim como uma continuação na parede da igreja, e sabendo o tamanho da sala do padre, os dois tinham certeza de que havia alguma sala escondida entre a parede atrás do altar, e a sala do padre.
Temendo a possibilidade de partir sem mais alguma pista sobre o culto, ou talvez deixar para trás algo que seja de grande valia nas batalhas a frente, o grupo se dividiu em duplas. Drexter e Sombra foram para a parede atrás do altar, Yoni Al-Ghurab foram para a parede da sala do padre, e Durîn e Raio investigaram o corredor de acesso a sacristia. Após alguns minutos de investigação, todos haviam confirmado que atrás das paredes havia alguma sala escondida, mas foi o mago que percebeu, a possível entrada. Na estante de livros na parede em que procuravam, tinha uma cor diferente atrás de alguns livros na parte de baixo dela, onde não havia madeira forrando a parte de trás, detectando um porta escondida. Precaucionalmente, eles chamam os outros para que Raio com ajuda de Sombra, procurassem armadilhas, e alguma forma de acessar a sala atrás desta parede.
Reunidos na sala, Raio procurou por armadilhas na estante, descobrindo que os livros que escondiam a área sem forro, eram muito antigos e provavelmente não haviam sido movidas a muito tempo, praticamente confirmando que o Padre Alastor provavelmente não sabia sobre a sala escondida, e depois de descobrir a alavanca para move-la, ela confirma a ausência de perigo, antes de destravar a estante, para que Durîn que já tentava empurra-la sozinho, abrisse caminho para a porta, jogando a estante para a parede norte da sala.
A porta pintada até a metade com a cor da parede, ela estava revelada, e no local onde deveria estar a maçaneta, estava um mecanismo circular com entradas para 5 dedos. Raio analisou a fechadura, mas estava indecisa sobre conter ou não armadilhas, e vendo apenas teias de aranha, ela revelava calmamente seus achados sem dar intenção de tentar abrir quando o impaciente Durîn colocou posicionou sua mão e seus dedos nas entradas e abriu a porta deslizando-a para dentro da parede a esquerda. O salão que se abriu a frente deles não era comum, e devido a chuva pesada que caia la fora, os sóis do meio do dia não os ajudou. Porém, não era preciso ter a visão perfeita para entender o que era este salão. Um matadouro, com uma vala dividia o salão em leste e oeste, esta vala de aproximadamente 20 ou 30 cm de largura, vinha descendo da parede sul até a parede norte onde desaparecia para o subterrâneo. Um cheiro de podre emanava do local, e não precisou que se entrassem para perceber que haviam manchas de sangue por todos os lados. Encostada na parede da área leste da sala, estava uma Donzela de Ferro, fechada e manchada de sangue, ao lado dela quase no centro do lado leste, havia um poço abandonado. Nos cantos nordeste e noroeste, estavam duas mesas de pedra, com algemas de metal e correntes presas a elas nas posições exatas para prender um humanoide no pescoço, punhos e tornozelos. No lado sudeste da sala, estavam dois postes com Correntes e algemas, manchados de sangue velho e seco, claramente usados para pendurar humanoides e no canto sudoeste, estava um forno a lenha fechado e sem aparente saída para chaminé.
Drexter, expandiu mais uma vez seu Sentido Divino, percebendo a presença de um morto-vivo preso na Donzela de Ferro, e uma aura maligna que indicava a sala como um terreno profano. Além disso ele sentiu o cheiro e a ligação estranha entre a vala desta sala e a parede do calabouço que havia sentido uma enorme massa de mortos-vivos. Os outros aventureiros entram, e Sombra acende sua lamparina, revelando que a sala é inclinada para o centro, para as valas, e confirmando as inúmeras manchas de sangue nas paredes, os respingos no teto, eles percebem que o conteúdo da vala é uma grande massa de sangue velho coagulado. Além disso, o poço estava abandonado e seco.
Yoni e Drexter tentam convencer o grupo de queimar a Igreja, mas pela falta de tempo e por confiarem que o Padre Alastor nunca havia visto nada disso aqui, os aventureiros decidem deixar para resolver depois das minas. Sombra, investigava as mesas nos cantos da parede norte, encontrando pedaços velhos e secos de carne, possivelmente humana, presas na pedra devido ao abandono. E quando estava para se afastar, o monge encontrou um antigo diário quase todo queimado, caído no canto junto ao pedestal da mesa. Sombra entregou o diário para o mago investigar em algum momento posterior, enquanto o paladino checava os livros da sala do padre por antigos registros dos padres de Lavenus, a procura do Padre Milton Dilacerda, o assassino.
Drexter não havia encontrado nada e o tempo estava passando, e os aventureiros decidiram correr para as minas, deixando para trás esta macabra descoberta. Usando o manto e capuz do cultista, Durîn escondeu seu rosto, apenas para se proteger da chuva, Yoni escondeu-se em algum lugar, e Sombra parecia andar mais silenciosamente com as botas que havia sincronizado.
Minas de Ul’ator:
No caminho para as minas a Sociedade da Porta Branca, discutia rapidamente estrategias, antes de se aproximarem demais. Sombra disse ao grupo que tinha uma ideia, que poderia ajudar o grupo conjurando Pass Without a Trace, mas antes de explicar o funcionamento, o Paladino perguntou se ele poderia se disfarçar de gente, e o Mago resmungou: “Ah, Pensei que você ia falar que pode deixar de ser um tabaxi…“. Por não ser muito bom em socializar, o monge simplesmente concluiu sua explicação, mas no fim, por diminuir a capacidade de batalha dele, o grupo decide por não utilizar, e simplesmente seguir em frente. E ao seguirem por menos de 1 minuto, o Grasnar de um corvo ecoou pelos céus, passando por cima das cabeças deles, mas não era um corvo. Era uma estranha e grande Águia, que rapidamente voou na direção da igreja. Al-Ghurab foi o único que conseguiu agir a tempo, ou foi o que quase todos acreditaram ter acontecido, pois mesmo com o grito encenado: “É muito poderoso…“, Raio estava insistindo para que ele atacasse o animal, e sabia que o mago não havia feito nada, e apenas olhava nervosa pare ele.
Os aventureiros seguiram então o resto da trilha pelo parreiral, e após 28 minutos, eles já haviam passado pelo corredor de postes com tochas acesas. Sombra saiu de perto, e começou a se movimentar escondido pelos parreirais, enquanto os outros seguiam. Ao chegarem na entrada das minas, Raio e Al-Ghurab começaram a investigar uma das tochas, pois a chuva forte parecia indicar que eram magicas. Raio lutava com sua curiosidade para decidir tirar ou não a aparente tocha magica do poste, e no fim tirou uma tocha comum de sua mochila e tentou acende-la, mas a chuva forte não deixava o óleo queimar o suficiente para crepitar e se manter. A tabaxi tentava novamente, quando o mago conjurou Gust, sem que ela percebesse para apagar a tocha, mas graças ao imenso barulho da chuva e dos trovões, Al-Ghurab, acabou não percebendo que sua voz estava muito alta, e num instante de silencio, Raio o percebeu, mas mesmo que não tivesse percebido, a chuva não deixava o fogo queimar o óleo.
Vendo o estranho embate entre o elfo de areia e a tabaxi, e mesmo não sabendo onde a druida estava, todos tinham a certeza de que ela apareceria, e assim Durîn e Drexter entraram sem preocupações nas minas, e somente perceberam a entrada do monge, pois nada bloqueava a visão entre eles. Do lado de fora, Raio finalmente tirou a tocha do poste, e inesperadamente a tocha foi apagada pela chuva. Frustrada, a ranger pede que o mago analise o poste, mas ele se recusa e mais uma discussão birrenta começa, e foi apenas com o grito de Drexter: “BORA GUGU! CACETA!“, que eles finalmente decidem entrar nas minas, enquanto a voz do paladino ecoava pela caverna e morcegos se soltam do teto das minas e voam por cima das cabeças do monge, guerreiro e paladino.
Acreditando ser o momento apropriado, Sombra canaliza seu presente de Iantarkel, e por meio de um fedorento e velho unguento em seus olhos, conjurando True Seeing. A unica dose do velho unguento some num vapor estranho e revela aos olhos do monge, uma estranha cena, de Cervos, Coelhos, Pássaros, e diversos outros pequenos animais, caminhando pelos corredores das minas, seguindo o túnel a frente, e juntos deles haviam também Humanos caminhando juntos na mesma direção. Sombra vira para eles e informa a estranha cena, trazendo de volta a seriedade aos aventureiros, que continuam seguindo o túnel em frente.
O túnel havia se prolongado por aproximadamente 100 metros, quando o caminho virou 90º para o leste, revelando uma antiga e gasta escadaria de degraus longos e altos. A leve inclinação do túnel, fazia com que as águas da chuva, descesse pela escadaria, mas não parecia criar poças ou correntes suficientes para atrapalhar. Os aventureiros começaram a descer, quando Drexter avistou um corpo caído mais abaixo, num dos degraus, e logo fez ecoar mais uma vez sua voz dizendo: “SOMBRA! UM CORPO!“, frustrado o mago disse baixo: “Drex… isso é uma missão de furtividade“, ao que o paladino prontamente respondeu: “Eu não faço furtivo.“. E foi neste momento que Yoni surgiu do meio das costas de Al-Ghurab, revelando seu esconderijo dizendo: “Meu irmão, não vou descer não! Deve ter uma armadilha ai“. A druida estava pendurada entre a capa e o manto do mago, e quase matou o monge, o mago e o paladino e o guerreiro de susto, deixando-os com o coração na boca.
Depois de alguns segundos, para respirar, e após o mago perguntar se Yoni estava confortável, ao vê-la tentando voltar para seu “esconderijo”, Raio e Sombra descem até o corpo para analisa-lo. Perto do corpo, o monge percebe uma alma de um homem no plano etéreo. Com ajuda de Raio, Sombra inicia sua analise do corpo, e consegue encontrar junto a ele, um pequeno saquinho com pernil, e afirma terem vindo definitivamente da igreja. O corpo, não tinha uma unica gota de sangue, mas seu corpo estava estranhamente quente. Percebendo isto, o monge informou ao grupo se afastando junto com a tabaxi que segurava sua perna como proteção. Drexter lembrou ao grupo sobre a temperatura dos outros corpos que se tornaram mortos-vivos, e durante os poucos segundos em que eles decidiam o que fazer, Sombra viu a alma fazer uma cara de surpresa, e sumir como se evaporasse do local.
Sombra contou ao grupo, e Durîn chegou girando seu Martelo-Machado no corpo, cortando a cabeça do cadáver, enquanto Drexter perfurava o coração com sua espada longa. Nenhuma gota de sangue caiu, escorreu ou manchou as armas dos aventureiros, e isso perturbou a ranger, e por isso ela decidiu procurar por vestígios de que este corpo pertence a uma monstruosidade, pois a causa da morte dele, parece ter sido a simples falta de sangue, mas claramente não haviam encontrado feridas que justificassem isso. Mas para Yoni, a situação a lembrava da mulher que morreu ao escutar o nome entoado por ela no apartamento, o nome que começava com a letra “N”, o nome do Faraó Negro. Já o mago acreditava ser um vampiro.
Drexter retornou para junto dos outros nos degraus acima, e Yoni contou a todos, sobre os acontecimentos e o estado da mulher sem sangue. Enquanto isso Raio, terminava de investigar o corpo, ela entra em panico, e começa a esquartejar o corpo com sua adaga, pensando se tratar de uma monstruosidade, algo ainda em transformação. Ao ver o estranho ato, Durîn simplesmente começa a ajudar com seu Martelo-Machado, cortando inclusive o cranio mais uma vez.
Satisfeitos, eles decidem seguir em frente, e assim, Yoni some mais uma vez, quando um morcego pousa no ombro do mago, que afasta com sua mão, para seguir com o grupo pela escadaria. Eles haviam descido poucos metros na direção do corpo, quando Sombra escutou passos vindos da escadaria abaixo, se aproximando deles. Durîn cruzou os braços a espera do inimigo, tentando fazer pose de cultista, mas neste momento, o monge viu a alma da mulher que haviam mandado dormir na taverna, descendo as escadas. Era apenas sua alma, no plano etéreo. Sombra contou imediatamente aos aventureiros, e ao mesmo tempo em que o Guerreiro se exaltava com a desobediência da mulher, que claramente não havia ido para a taverna e morreu no meio do caminho, Al-Ghurab viu o topo de um manto colocar a cabeça na curva da escadaria quase 35ft (7sq ou 10,5m) mais abaixo, e foi graças a sua atenção e rápido raciocínio, que o mago conseguiu conjurar Silent Image, criando a ilusão de uma parede, cobrindo todos da visão do inimigo.
O estranho homem encapuzado colocou sua cabeça coberta com capuz no corredor, e apesar de saberem que ele olhava na direção deles, e mesmo sem precisar de iluminação para enxergarem, nenhum deles viu o rosto do homem. O capuz retornou para as escadarias abaixo da mesma forma que havia surgido, e não aparentou te-los encontrado. Atrás da ilusão Raio sugere, que seria melhor checar a situação mais abaixo, pois ela é muito silenciosa. O grupo prontamente concordou, e todos viram a ranger sair da ilusão, e depois de poucos passos sem nenhum barulho, ela pisou num pedaço do corpo esquartejado, e acabou rolando escada abaixo, num baque alto e doloroso. Lá embaixo, Raio segurava um grito com uma mão, e apertava o tornozelo machucado com a outra, e tentava colocar no lugar pra evitar danos futuros.
Vendo a tabaxi caída na escadaria, Sombra saiu de trás das paredes sem emitir qualquer som com seus pés, mas a cada degrau ele colocava suas mãos nas paredes, e talvez tenham sido suas unhas, mas ao toca-las um rasgado ecoava baixinho pelo lugar. Raio tentou avisa-los, mas algo chamou sua atenção primeiro. Um corvo havia entrado nas minas, e descia planando acima das cabeças deles. Raio rapidamente atirou um dardo de sua besta contra o animal, que explodiu emitindo um zunindo alto e continuo, espalhando também um pó negro, que imediatamente ocupou túnel da escadaria, deixando todos no escuro.
Sombra, chegou até Raio, e tateou o local para ajuda-la a se levantar, enquanto lá de cima, Al-Ghurab, conjurava Gust, e o vento magico que carregou, espalhou e limpou a estranha escuridão de lá de baixo escada acima, revelando para o grupo, um humanoide de mais de 2 metros. O homem estava encapuzado, e estava fitando Raio e Sombra, mas ainda assim nenhum deles conseguia enxergar sua face. Tensão espalhou-se pelo grupo, mas foi quebrada, quando Durîn saiu da parede ilusória dizendo: “Trouxe mais Vitimas para o Sacrifício!“.
O humanoide olhou na direção do guerreiro, e mesmo sem conseguirem ver seu rosto, todos sabiam que ele estava confuso. E aproveitando-se disso, Raio analisou o homem com seu Instinto de Caçador, e ao escutar seus batimentos cardíacos, ver seus movimentos, e analisar seus aspectos físicos, seu instinto lhe indicava que este ser, tinha algum tipo de resistência a danos necróticos, fogo e parecia resistir também a danos psíquicos.
O Capuz se moveu, e uma voz rouca e sussurrante, parece ter falado da frente do guerreiro dizendo: “Os Sacrifícios são feitos na cidade… Você deveria saber!“.
Durîn: “Mas foi o Ronaldo que disse para eu trazer…“.
Uma nova tensão se espalhou pelo grupo, e eles começavam a se preparar para uma batalha, quando o estranho homem disse: “Filho da Puta. Odeio Ronaldo“. E depois de uma pausa para respirar, ele voltou a falar: “Mate-os aqui, e depois os traga!“, e após receber a confirmação do anão, o estranho homem desceu as escadas e sumiu da vista deles. Após alguns segundos, o mago desfez a magia e foi até o guerreiro perguntando: “Quem é Ronaldo?“, mas o confuso guerreiro apenas disse: “Não faço ideia. Era a deixa para ‘Aquele que te Bateu com o Machado’…“. Raio revelou aos aventureiros sobre as resistências que havia sentido do estranho, e depois de esperar o suficiente, eles continuaram a descer, guiados por Sombra.
Depois de descer as escadas, eles chegam a uma câmara grande, com 6 tuneis abertos e um túnel soterrado por pedras. Sombra olha ao redor, e percebe as estranhas almas descendo as escadas e passando pela câmara, por um dos tuneis para o sudoeste. Os aventureiros entram nos tuneis, com Sombra, Raio e Durîn a frente, enquanto os outros seguiam numa distancia segura. E após alguns minutos eles avistaram uma luz ao fim do túnel, e no fundo dela, eles encontraram uma outra câmara, iluminada com tochas nas paredes, e dando acesso a outros dois tuneis. Sombra procurou pelas almas que eles estavam seguindo, mas nenhuma outra alma eles decidiram esperar no corredor e aguardar alguma passagem de almas. Haviam se passado exatos 5 minutos, e ao saber do mago que eles estavam nas minas a quase 30 minutos, Sombra decidiu entrar na câmara, e ao entrar o monge sentiu um cheiro forte que lembrava capim limão.
O monge olhou ao redor, e chamou Raio para confirmar o que pensava. E rapidamente ao entrar, a ranger reconhece o cheiro. Era a erva que haviam encontrado na cozinha da fazenda. Não entendendo a ligação desta erva com o culto, ela falou ao grupo enquanto puxava seu pote, e analisou novamente, confirmando que não era capim limão, e que muito menos era uma erva. O conteúdo de seu pote, era de uma flor verde picada bem pequena. A ranger sabia que o cheiro de Capim Limão vinha das flores, e o adocicado parecia vir do polem, mas não sabia dizer de que planta vinha isto. Raio contava tudo isso para os aventureiros, e ao escutar, Yoni saiu da mochila do anão, e saindo de dentro do manto de cultista, ela entrou na câmara.
O cheiro do local subiu em sua mente, e o Nome do Faraó Negro veio imediatamente a sua boca. A druida sabia que se não resistisse o nome ecoaria pelo local, podendo afetar a todos, e por isso ela precisava resistir. Yoni segurou o nome na ponta de sua língua com toda sua força mental, e com uma forte respiração ela se tranquilizou, e sentindo um cheiro de podre espalhando pela sala, voltou para o corredor.
Vendo o estranho estado da halfling, Raio se lembra de uma Flor utilizada para rituais. Costumeiramente usada em Sacrifícios, ela podia dentre outras formas, ser bebida, comida, fumada, mudando seu uso de acordo com o culto ou religião que fazia seu uso. A ranger lembrou inclusive, e ao ser triturada, ela podia ser usada em qualquer alimento, deixando apenas um gosto adocicado, e um cheiro de capim limão, o que facilitava para fazer as vitimas ingerirem. O mago se aproximou da Druida e perguntou o que ela havia visto, mas Yoni não conseguia falar nada, até que a ranger perguntou se ela lembrava de uma flor chamada “Inverno Eterno”. E após uma breve ponderação, a halfling se lembrou de um comentário de sua instrutora, sobre uma erva muito antiga, que era plantada no principado ao lado. A erva era usada para vários rituais, que não necessariamente eram macabros, mas que servia para elevar o espirito.
Yoni informou ao grupo sobre a erva, e confirmou que esta erva poderia sim ser usada nas vitimas de sacrifício, como se fossem componentes para rituais, e enquanto enrolava um pano ao redor de seu nariz, e pedia para não respirarem, Durîn recobrou uma estranha e macabra memoria. O Guerreiro, lembrou-se de um dia, em que ele estava em uma cidade ao norte do Império, e neste dia ele recebeu um chá com um estranho cheiro, servido por uma velha senhora, e ao perguntar para ela de que era, a velha apenas lhe disse: “É um chá de Inverno Eterno… tome faz bem pra saúde.“. O anão se lembrou também de ter visto esta velha queimar numa estaca no meio da cidade.
Pensativo, Al-Ghurab foi até as duas saídas e tentou diferencia-las pelo cheiro, e ao por a cabeça para dentro dos outros dois tuneis, ele percebeu que o cheiro estava espalhado apenas dentro desta câmara. Intrigado, o mago olhou para cima, mas viu apenas pedras, e decretou para seus companheiros que o cheiro não estava vindo de nenhuma das saídas, que vinha de algum lugar desta sala, e virando-se para o monge, ele o perguntou se via algo. Sombra, que até o momento não tinha visto nada de diferente, olhou para o teto e para o chão, e percebe finalmente inúmeras e pequenas manchas pretas, que graças a True Seeing, o monge confirmou ser uma grade, informando ao grupo o que havia visto.
Durîn: “Então o Cheiro pode estar vindo dali debaixo“.
Sombra: “Mete o Nariz ali.”
Irritado o anão tenta convence-los a simplesmente escolher um túnel, mas o monge e o mago preferiam tentar tampar os buracos, para evitar que o cheiro se espalhe. Porém, ao perceber que não conseguiriam tampa-los em pouco tempo, o mago decide conjurar Gust, e resistindo algo que tentou impedi-lo de usar magia nesta câmara, ele terminou sua conjuração e jogou o vapor da erva para o corredor onde estava Yoni. O vapor entrou no túnel, e o cheiro dele ultrapassou a proteção da roupa que da druida usava sobre seu nariz. E o Cheiro macabro, voltou a afeta-la, mas a experiencia anterior, a fez mais forte e ela conseguiu segurar seu estomago e sua saúde mental.
Yoni reclamava com o mago, quando os outros percebiam no chão da câmara, uma estranha grade negra como obsidiana, que parecia levar ao andar abaixo. A pedra chamou atenção do anão, que já estava se abaixando para olha-la melhor. Os outros percebiam agora, graças ao vendo da magia do elfo, que uma fumaça subia pelo gradeado, confirmando que o cheiro da erva vinha debaixo. Vendo isso Al-Ghurab, se agachou e tentou olhar pelos furos da grade, mas mesmo a iluminação ele não conseguia ver nada. Analisando junto com Durîn, Raio percebeu que a grade poderia ser retirada como uma rosca do chão.
Yoni não queria ficar ali, e muito menos respirar a erva, mas os outros ainda não estavam decididos de qual caminho tomar, e uma breve discussão já havia começado, quando Durîn escutou uma entoação ecoando pela grade vinda do andar inferior. Reconhecendo a língua como infernal, o monge pediu silencio, e eles conseguiram escutar o parcialmente a estranha entoação ritualística que se repetia em Infernal: “Consuma…Recolha…Junte…Forme!“…”Consuma…Recolha…Junte…Forme!“…”Consuma…Recolha…Junte…Forme!“…”Consuma…Recolha…Junte…Forme!“… E graças ao silencio, Al-Ghurab escutou outra entoação, desta vez em Deep Speech, em um coro uníssono, como se respondessem ao cântico anterior: “ASSIM SEJA!… ASSIM SEJA!… ASSIM SEJA!… ASSIM SEJA!“.
Durîn fala sobre os cânticos abaixo, e neste momento, 1 hora e 35 minutos após o anoitecer do dia 17 do 3º Mês de Inverno, um grito de uma mulher idosa veio do andar inferior, ecoando pelas minas…
END